03/05/09

(para) onde foste? - o esconderijo.

tremeu tudo cá dentro.
passei pelas ruas, pelos (teus) espaços. estive sentada no mesmo sítio onde estive contigo da última vez.
pareciam só medos (os de te encontrar) e as feridas das rupturas (as que deixaste). pensei que se ficasse por aí.

parecia um filme - vi-te e, naquele momento, os sinos tocaram, o vento soprou mais forte, os meus cabelos voaram (tal como eu, também queriam fugir), estava vestida de branco. descrito desta maneira parecia um casamento. talvez, mas cá dentro muito ficou escuro, muito se manteve morto. queria acreditar que muito renasceu, mas, agora, não consigo. há alturas em que mais vale fechar as portas e as janelas e fugir por uns momentos. deixar que nada nem ninguém se chegue perto - o esconderijo.

vi-te, e naquele momento, quis ir atrás. quis que me visses, quis que soubesses (melhor, sentisses) que estava por perto (gostava que não estivesses com a mesma (minha) vontade de te esconderes).
mas agora já te deixei ir e deves estar melhor assim. e isso devia-me fazer andar para a frente, não esconder.

vi-te e perguntei a mim mesma (com medo de falar alto) : "para onde foste?"


dois pontos, parágrafo, travessão.

1 comentário:

  1. estes estados que nos deixam a desejar o impossível são absolutamente indesejáveis. Mas porquê o desejo apenas funciona desta forma irracional?

    ResponderEliminar