(minha i)

ainda sabes mexer as dores das feridas.
ainda sabes falar como se nada fosse. (e nada foi).
ainda sabes mentir. (mentir-me).
gostava de voltar atrás apenas para trazer para agora o que deixaste (mais do que eu, até) para trás.
e eu tenho saudades tuas.
queria não sentir ainda saudades das tuas brincadeiras, da tua maneira de estar.
chamaste-me infantil, mesmo quando foste tu que o foste por não me teres deixado defender.
deixaste-me algumas vezes e isso, agora que volto a pensar nisso e a doer-me, foi mais doloroso do que teres-me deixado de uma só vez.
ainda hoje gostava de saber porque achavas que tinha que te procurar e pedir desculpa. já não penso tanto nisso. agora preocupo-me mais em ser feliz.
e eu tenho saudades tuas.
mas hoje, como há meses que já não me acontecia, eu deixei-me invadir pela tua presença. e pela falta que ela me faz. e pelo espaço que ainda ocupas e, ao mesmo tempo, do vazio que deixaste.
já te disse que tinha saudades tuas, mas pouco mudou. continuas a achar que tenho que te procurar, até mesmo quando é do teu interesse.
e tenho saudades tuas.