a ti,

a ti gostava de te conseguir dizer muitas coisas. na verdade, de acreditar nelas. gostava de te dizer que és a pior pessoa que conheci. que pior me tratou, que mais me magoou e humilhou. que foi a pessoa em quem gastei mais energias a pensar de mau e bom. a quem poderia dedicar linhas e linhas só para explicar um décimo do que senti contigo, mas que, afinal, não vai passar disto.

a ti, gostava de te dizer que foste a pessoa mais parecida comigo, ainda que a que a visse menos ao meu lado durante mais tempo do que esteve. gostava de conseguir ter menos incertezas quanto à conclusão sobre nós: ainda bem que aconteceu e acabou tão rápido, ou então, porque é que a proximidade nos afastou tanto?

a ti, digo que foste infantil. que te faltou maturidade para me dizeres a verdade. mas, apesar de tudo, se não fosse o que tínhamos para trás, ainda hoje não te tinha mandado mensagem. não faz mal, já passou.

a ti: foste a pessoa mais certa na altura mais errada. a mais próxima que não podia estar mais longe. a mais racional que não conseguiu aguentar uns dias sem .. acabar por me desiludir.

a ti, um dos maus feitios mais estupidamente atraentes que já conheci. parecido (demasiado) com alguém (a ti. assustador).

a ti posso dizer que tens um lado carinhoso engraçado mas com o qual o meu mau feitio já não combina.





tanto a ti que o a mim teve de parar para pensar.