19/02/10

depois de tanto tempo no espera-desespera-mudas-não-mudas-páro-avanço é que te lembras de ser sincero?
depois de tanto tempo a ver coisas onde elas não existiam, a reinventar situações dolorosas, a recriar sentimentos (estúpida, estúpida, estúpida!) é que te lembras de me dizer que queres ficar sozinho?
só depois de me teres tirado tudo, tratado da pior forma, dito as piores coisas só para te ires embora mais leve? Devia-te ter dito tudo, devia-te ter respondido da mesma forma, devia-te ter ofendido e mal tratado da pior forma. se eu conseguisse.
depois de me tornares a pessoa que mais me proibi de ser é que te vais embora sem tentares recuperar aquilo que te fez gostar?
apetecia-me dizer-te tudo de mal e pior que possa existir, apetecia-me desejar-te o mal e o pior, esperar que tivesses o mal e o pior. para quê? não sou capaz. não sei ser como tu. não te consigo afectar assim tanto.
queria parar de esperar, queria parar de fazer tempestades, de me matar por dentro. queria parar de me afastar das pessoas, porque tenho medo que voltes. queria parar de viver em função das tuas coisas. (e vou, e vou, e vou!)
queria parar de me pôr atrás de ti. pôr os meus amigos (os poucos que ainda me restam do mal que me fizeste ser) atrás de ti. pôr tudo à tua frente, quando eu deixei de fazer parte daquilo que queres.
apetecia-me gritar-te que odeio-odeio-odeio tudo o que és, o que fazes. mas isso não passa de raiva do momento. é tudo demasiado cedo, demasiado cru. e eu não sabia que ia voltar a acontecer.
estou cansada.
sei que não lês, não queres ler. acho até que já nem sabes onde escrevo, se escrevo e porque escrevo. não queres saber, nunca quiseste. e também não ia ser agora que querias saber.
mas se um dia quisesses, adorava que te doesse tudo.
que te doesse o que me doeu hoje.
quando, pela primeira vez, tiveste coragem de admitir o teu egoísmo.

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