"Ocupa-me, dá-me cabo da cabeça, põe-me em bicos de pés, absorve-me, faz-me pensar, engana-me, surpreende-me, leva-me a julgar a vida curta para sequer começar a conhecê-lo, apanha-me a cabeça e o cérebro não me chega para apanhá-lo, tudo o que ele faz faz-me rir, sentir-me pequenina, sobrepor-se a curiosidade do aqui-e-do-ali aos mistérios corriqueiros dos sonhos, esquecer-me de mim, e abençoar-me a alma com dúvidas bonitas e difíceis demais para contemplar a vulgaridade de quaisquer soluções. Faz-me chorar sem perceber, e não perceber vale todas as lágrimas, por ser sempre o mesmo, mas fora do meu alcance, como se nascesse diante de mim, nunca novo, mas sem poder explicar porquê. Nunca sei o que vai dizer e o que ele diz é diferente até do que eu não sabia. Ocupa-me. E eu sou pequena para ser ocupada por ele – tanto me troca as voltas. Encanta-me no que não sou capaz de ser encantada. É um homem de repente. E é nobre – porque não só é meramente imprevisível, como sinto escapar-me o que pressinto ser – perfeitamente, sim – capaz de prever."
(tirei de ti, pequena)
:)
ResponderEliminarescrevo aqui, porque sei que ELE aqui nao lê:
até os que são "homens de repente" nos desiludem.
já tirei essa descrição daquela foto. fiz um printscreen antes - assim como fiz com as outras fotos que tirei e escrevi para ele. guardei numa pasta escondida. e apaguei do sítio onde eu teria de ver todos os dias. apago, mas guardo. não lembrar, mas sem nunca esquecer.