09/07/10

coisas que preciso.

já não é uma questão de implorar perdões,
de resgatar desculpas,
de juntar argumentos,
de (te) fazer esbarrar com palavras que quero que ouças à força.


já sei que não lês,
que não sabes (nem queres saber),
que acabou,
que não procuras.


é só uma questão de precisar de espaços para me escrever,
para me explodir,
para me resgatar o (pouco) que ainda tenho de verdadeiramente meu.

sei que tenho muito.
sou mais ainda.
que o que sou e tenho existe graças a todas as palavras bonitas e horríveis que ouvi.
de fotografias que quis rasgar para não me agarrar a elas a chorar.
sou de cabeças enterradas na almofada a abafar choros incontrolados.
sou de empurrões, puxões, cortes, chapadas e facadas.
de lágrimas, traições, medos, trovoadas e tempestades.
de areias movediças, de sonos mal dormidos.
sou de esperanças impossíveis, de sonhos pouco prováveis.

sei que passei a ser feita de coisas menos bonitas. como qualquer um de nós.
a diferença que agora, na maioria do tempo, voltei a mostrar mais aquilo de que sou feita desde sempre.

de sóis e céus limpos, de flores grandes e coloridas, de relvados grandes para correr descalça.
sei que sou feita de chuva quente no verão, de mares calmos, de fotografias e sorrisos.
de abraços e palavras bonitas.
sei que não sou feita de seguranças, mas sou segura.
sei que não sou certezas, mas sou certa.
sei que sou bonita, com todos os meus complexos.
sei que sou difícil para me apaixonar, mas sei que tenho dias apaixonantes.
mas sei (e cada vez mais) que também tenho foguetes e festas cá dentro.
sei que posso não saber dar todos os mundos, mas sei dar o meu. com tudo aquilo que tem dentro.


sei que só o dei uma vez.
sei o quanto ainda me dói querer tê-lo de volta e já não poder resgatá-lo.
sei o quanto não quero ter um mundo novo para o perder outra vez.
sei apenas que quero um bonito para te dar outra vez.
só isso.
que não vou conseguir segurar outro mundo que não o teu.
não tenho forças, nem quero ter.

e sei que nunca mais to poderei dizer, que nunca mais mo poderás dar. que nunca mais será meu, que nunca mais irás ficar.

mas o meu único egoismo e força agora é para dizer, com todas as minhas vozes e brincadeiras infantis, que se não é o teu, não quero mais nenhum!

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