sempre fui do contra nalgumas coisas, mesmo até nas que não queria.
na altura em que as minhas amigas ouviam Britney Spears, eu gostava de ouvir Rage against the machine.
na altura em que me diziam que a cor me ficava bem, eu decidi optar por coisas mais escuras.
na altura em que me disseram que aquele namoro não ia dar em nada, eu atirei-me de cabeça como nunca fiz.
disseram que gostavam do meu cabelo castanho e eu pintei-o de acaju.
disseram-me que falar fazia bem e eu calei coisas dentro de mim.
disseram-me que eu ia superar e eu continuei a procurar por ele e pelo que me magoava.
disseram-me que andar à chuva me punha doente e eu quis-me afogar em poças de lama.
ainda me dizem que fica feio roer as unhas e eu não consigo controlar tirar o verniz.
pediram-me para parar de vez e na minha cabeça insana soou a um não me deixes de procurar desesperado.
propuseram-me que pintasse unhas de claro que as faz parecer maiores e eu pintei de preto.
mas
chega de ir contra.
ou de uma forma tão estúpida.
sei que isso vai sempre fazer parte daquilo que sou
mas
vou parar com isto.
vou agarrar-me àquilo que as coisas efectivamente são.
as minhas unhas são pequenas (ainda que agora estejam grandes) e eu vou pintá-las de cores que me favoreçam.
o meu cabelo é de um castanho bonito e isso chega.
eu continuo a ouvir o rock e o metal que me apetecer e se me apetecer ouvir pimba, ouço pimba!
ele disse para parar de vez, é isso que vou fazer.
se disse que está tudo bem, é porque está tudo bem.
afinal ele sabe que me pode dizer que está na pior fase da vida dele e eu nunca consiguirei negar o que ele quiser.
se diz que não gosta é porque não gosta mesmo, certo? certo.
se diz que sou um assunto arrumado é porque não é para ser tocado, certo? certo.
se disse que está farto é porque o meu espírito do contra passou os limites e mesmo sendo porque ainda é dele que gosto, não passaram de infantilidades.
vou parar de tentar ler os pensamentos das pessoas e tentar adivinhar o que vão fazer a seguir.
não quero estar com ninguém, estou bem sozinha e com os meus amigos, mesmo que diga cobras e lagartos de mim e da vida que (acha que) levo (!)
não digo que vou deixar de roer as unhas, mas vou ter mais cuidado com elas - afinal já não tenho ninguém que me faça tremer para as roer, certo? certo.
e é por isso que vou passar a ir contra contra aquilo que tenho ido contra.
não tem tido nada a meu favor.
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