há coisas na vida que são sempre quase qualquer coisa.
é um quase diálogo, porque é monólogo.
é um quase amor, porque é só uma paixão passageira.
é um quase livro, porque não passam de rabiscos de memórias em folhas soltas.
é um quase beijo, porque alguém tem mau hálito.
é uma quase certeza, porque alguém pergunta.
é uma quase omissão, porque alguém descobre e vira mentira.
é uma quase queca, porque a meio virou uma quase tesão.
é uma quase amizade, porque alguém desilude.
é uma quase viagem, porque alguém desiste.
é um quase concerto, porque alguém desmarca.
é uma quase noite, porque a boleia foi-se.
é uma quase bebedeira, porque alguém fica sóbrio.
é um quase passeio de carro, porque furou os pneus.
é um quase almoço de família, porque alguém não pode.
foda-se, é uma quase vida pela frente, porque alguém acaba com ela!
é uma quase qualquer coisa, sempre.
mesmo quando se quer por inteiro,
quando se quer muito,
quando se merece, até,
acaba sempre
(ou quase sempre)
numa quase qualquer coisa.
Sem dúvida que tens toda a razão. Adorei o post.
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