13/07/09

e agora é a ti que te doem.
e agora que achas que mudo o jogo,
que troco as peças, engulo as tuas para não as ouvir falar,
que as esmago para não pensar mais nelas,
que te seguro, que te amarro, que mato,
para não amares torto.
que afinal dás tudo
que afinal és tudo
que afinal és tu o sol e o calor
e eu que escureço tudo com as minhas dúvidas.
e agora é a mim que dói,
que me começam as loucuras,
as paranóias,
a alma que corrói
e soltam-se as águas de dentro
e as árvores nascem
e começam as minhas viagens turvas,
porque é de ti que dependo.

e agora penso que é preciso chorar e doer-me para que algo nasça.
e agora pergunto-me porque tem de o ser.
e agora digo-te que me odeio,
que não levanto as ruínas a correr,
que o tempo dilui-se na minha febre que não passa.
e agora ponho-me o peso de ser a única responsável de um começo
e, ao mesmo tempo, de um fim.
e agora sinto-me previsível.
e agora sinto-me maluca.
e agora sinto-me a cair
mas o sorriso da sensação de me sentir viva tem um preço.
e agora sinto-me masoquista.
e agora vou ver o que me faz doer e massacrar-te
e pergunto-te o que faço,
e agora vamos morrer e eu não sei segurar-te.
porque eu morri,
porque te matei e deixaste uma pista.
que nos deixaste morrer
porque não senti
o que quiseste ser
porque me mataste,
porque me deixei sofrer.

1 comentário:

  1. "e agora penso que é preciso chorar e doer-me para que algo nasça."

    Agora J.????

    ***MUAH***

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