digam-me do que agora sabem, do que agora guardas para ti, do que ela já aprendeu a partilhar.
fala-me sobre coisas terríveis, doentias, medonhas.
do que te arrepia, do que te faz frio na barriga.
do que gostas agora.
do que agora queres ouvir, do que não suportas.
fala-me de palavras más, do que elas dão e retiram de corações cansados de esperar.
diz-me o que achas da distância.
fala-me de manobras perigosas, de fogos e ventos tempestuosos, de chuvas que ardem depois de cortes de papel das cartas que não recebo.
conta-me das planícies e montanhas que já viste. do que elas te souberam dizer e que a mim não são capaz de suspirar, de tão longe que já me sento.
há mar para além do que os meus olhos vêem?
sabes se há olhos que me sabem falar que há vidas para além das mortes?
diz-me que os bosques que percorro são para me encontrar e não para fugir, (porque) mesmo correndo tenho a sensação de que o mundo é mais leve do que eu pe(n)so.
não estou a perguntar-te como se largam passados para agarrar presentes.
as respostas são simples.
arranjam-se novos estados de sítio de coração, novos calores colados em lençóis, novos filmes e músicas, novas conversas.
a grande diferença nos amores é que há sempre quem opte pela primeira parte da frase e a outra se force a ficar com o resto.
é assim que amores morrem.
mas fala-me.
como é o novo amor?
fala-me de como se transformam lâminas em abraços de noites geladas.
como o vento consegue mudar de direcção antes de termos começado a andar.
e como o sol, todo o sol do mundo, consegue agarrar-nos e dizer que ele, um dia, pode não voltar.
diz-me como buzinam agora os carros à entrada de portas vermelhas.
diz-me como aplaudem agora as mãos que esfaquearam as almofadas onde nos deitamos tantas vezes.
se a brisa vem, que leve tudo a seguir.
fala-me do teu riso, do que te tem feito rir.
eu digo-te o quanto há sorrisos que me fazem falta,
palavras que rebentam com qualquer estomago e
que martelam qualquer pensamento.
do quanto seguram, as mãos, a cabeça num fim de noite.
se soubesse explicar o quanto o fim dos dias me transporta para o medo de não acordar amanhã.
tenho medo de morrer.
não há nada. entendes? não há nada depois.
e tu continuas aí. em vida medianamenta tranquila.
se eu não compreendesse que a felicidade é parte de idiotice, eu perguntava-te se és feliz.
mas compreender não é aceitar.
e eu pergunto o que te faz feliz.
e eu sei que não é o amor.
se fosse, não havia amor afogado em aquários de corações que desconheces.
mas fala-me mais sobre pesca.
sabes criar fortunas ou apenas resgatar tesouros escondidos?
se as coisas acabam, porque é que ainda estamos aqui?
basta apenas um ponto e o peso do mundo acaba.
é isso?
28/10/10
27/10/10
(some kind of) bombs.
- não podes puxar muito por mim, eu tenho sempre uma bomba para lançar!
- eu não puxo, é só não te agarrar bem e tu atiras-te!
- eu não puxo, é só não te agarrar bem e tu atiras-te!
25/10/10
24/10/10
she wants revenge.
«I want to hold you close
Skin pressed against me tight
Lie still, and close your eyes girl
So lovely, it feels so right.
I want to hold you close
Soft breath, beating heart
As I whisper in your ear
I want to fucking tear you apart.»
Skin pressed against me tight
Lie still, and close your eyes girl
So lovely, it feels so right.
I want to hold you close
Soft breath, beating heart
As I whisper in your ear
I want to fucking tear you apart.»
23/10/10
a verdade dolorosa é que
(já) não há camas que voam.
e as que voaram caíram a pique e despenharam-se sem parecerem demasiado barulhentas.
porque, ao que parece, só o silêncio te é sinal de força.
e as que voaram caíram a pique e despenharam-se sem parecerem demasiado barulhentas.
porque, ao que parece, só o silêncio te é sinal de força.
20/10/10
you oughta know
"(...)
An older version of me
Is she perverted like me?
Would she go down on you in a theater?
Does she speak eloquently
And would she have your baby?
I'm sure she'd make a really excellent mother.
'cause the love that you gave that we made wasn't able
To make it enough for you to be open wide.
And every time you speak her name
Does she know how you told me you'd hold me
Until you died?
But you're still alive.
And I'm here to remind you
Of the mess you left when you went away.
It's not fair to deny me
Of the cross I bear that you gave to me.
you oughta know.
You seem very well, things look peaceful.
I'm not quite as well, I thought you should know.
Did you forget about me, Mr. Duplicity?
I hate to bug you in the middle of dinner.
It was a slap in the face how quickly I was replaced
Are you thinking of me when you fuck her?
'cause the joke that you laid on the bed that was me
And I'm not gonna fade
As soon as you close your eyes and you know it.
And every time I scratch my nails down someone else's back
I hope you feel it...well, can you feel it?"
An older version of me
Is she perverted like me?
Would she go down on you in a theater?
Does she speak eloquently
And would she have your baby?
I'm sure she'd make a really excellent mother.
'cause the love that you gave that we made wasn't able
To make it enough for you to be open wide.
And every time you speak her name
Does she know how you told me you'd hold me
Until you died?
But you're still alive.
And I'm here to remind you
Of the mess you left when you went away.
It's not fair to deny me
Of the cross I bear that you gave to me.
you oughta know.
You seem very well, things look peaceful.
I'm not quite as well, I thought you should know.
Did you forget about me, Mr. Duplicity?
I hate to bug you in the middle of dinner.
It was a slap in the face how quickly I was replaced
Are you thinking of me when you fuck her?
'cause the joke that you laid on the bed that was me
And I'm not gonna fade
As soon as you close your eyes and you know it.
And every time I scratch my nails down someone else's back
I hope you feel it...well, can you feel it?"
18/10/10
14/10/10
the rise of darkness in a park with a silver bride drinking horchata.
doem-me as pernas de correr.
o parque é enorme e, mesmo assim, me sinto a andar no mesmo sítio.
até o passo maior, o vento mais forte e a música mais pesada (a batida dá power para manter o ritmo e nem há espaço nem força para pensar muito!) me fazem sentir que não consigo correr mais depressa, apesar de saber que consigo. posso abusar, mas vá, hoje não me apetece.
corro até à exaustão, só assim me sinto ocupada.
durante mais de meia hora não desisto.
olho em frente, respiro e às vezes esqueço-me disso e canto.
sei que estou cansada mas não consigo parar.
sinto o vento gelado na cara, mas não sei parar. não quero.
só páro quando sinto que são horas de voltar.
não porque ele me espera, mas porque tenho quem me espere.
o resultado de guardar todos os pensamentos para os largar correndo é ter que parar durante uns dois dias, até os músculos me poderem deixar libertar as correrias da minha cabeça de novo.
até lá fazem-se esforços para não roer as unhas que não partem.
são muitas ideias no mesmo espaço, fica complicado de ajustar medidas e balanços.
e, portanto, corro.
e ouço música para não perder o ritmo.
quando as palavras estão gastas, mesmo que sejam só connosco, a solução é correr.
defino destinos e metas pelo caminho.
escolho velocidades e ritmos de acordo com a força dos meus pensamentos e da ferocidade com que quero que saiam, e, por isso, não dependem da força das minhas pernas.
deixo-me ficar despenteada, vermelha, a destilar.
a música, depois de mudar a cada dois minutos já só serve para me acompanhar e num momento, para mim, tão introspectivo, também é preciso a música nada-a-ver.
só para que o ritmo, agora que as pernas falham, não me deixe perder, por entre folhas castanhas a cairem no chão, todo o vigor de uma corrida que, em pouco mais de trinta minutos, me fez desaparecer da (minha) vida por quase uma eternidade.
o parque é enorme e, mesmo assim, me sinto a andar no mesmo sítio.
até o passo maior, o vento mais forte e a música mais pesada (a batida dá power para manter o ritmo e nem há espaço nem força para pensar muito!) me fazem sentir que não consigo correr mais depressa, apesar de saber que consigo. posso abusar, mas vá, hoje não me apetece.
corro até à exaustão, só assim me sinto ocupada.
durante mais de meia hora não desisto.
olho em frente, respiro e às vezes esqueço-me disso e canto.
sei que estou cansada mas não consigo parar.
sinto o vento gelado na cara, mas não sei parar. não quero.
só páro quando sinto que são horas de voltar.
não porque ele me espera, mas porque tenho quem me espere.
o resultado de guardar todos os pensamentos para os largar correndo é ter que parar durante uns dois dias, até os músculos me poderem deixar libertar as correrias da minha cabeça de novo.
até lá fazem-se esforços para não roer as unhas que não partem.
são muitas ideias no mesmo espaço, fica complicado de ajustar medidas e balanços.
e, portanto, corro.
e ouço música para não perder o ritmo.
quando as palavras estão gastas, mesmo que sejam só connosco, a solução é correr.
defino destinos e metas pelo caminho.
escolho velocidades e ritmos de acordo com a força dos meus pensamentos e da ferocidade com que quero que saiam, e, por isso, não dependem da força das minhas pernas.
deixo-me ficar despenteada, vermelha, a destilar.
a música, depois de mudar a cada dois minutos já só serve para me acompanhar e num momento, para mim, tão introspectivo, também é preciso a música nada-a-ver.
só para que o ritmo, agora que as pernas falham, não me deixe perder, por entre folhas castanhas a cairem no chão, todo o vigor de uma corrida que, em pouco mais de trinta minutos, me fez desaparecer da (minha) vida por quase uma eternidade.
12/10/10
i'm the evidence.
«If you only knew what I would do for you.
One thirty breathing lapse
We're going in
My voice is thin
When I tell you to remember
That no one will find you
My promise from the heart
If we part my pulse will guide you through
Be still for a moment
Everything depends upon you
If you die I will die too
Once we were heroes
But everything has changed since then.»
One thirty breathing lapse
We're going in
My voice is thin
When I tell you to remember
That no one will find you
My promise from the heart
If we part my pulse will guide you through
Be still for a moment
Everything depends upon you
If you die I will die too
Once we were heroes
But everything has changed since then.»
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